terça-feira, 16 de maio de 2006

Etimologia

Etimologia - ciência que investiga as origens próximas e remotas das palavras e sua evolução histórica. Do grego étymon (étimo) vocábulo que é origem de outro. Semântica - estudo das mudanças que no espaço e no tempo, experimenta a significação das palavras consideradas como sinais das idéias: semasiologia; sematologia; semiologia. Do grego sëma-tos "sinal, marca, significação".

As contradições nos debates são muitas vezes fruto das diferentes interpretações que a mesma palavra oferece. Nesse sentido, Sócrates, filósofo grego da Antigüidade, orientava-nos para bem definir o termo antes de começarmos a discutir. Adquirindo o hábito de enunciar a terminologia correta, pouparemos o tempo que o grupo gasta na compreensão do seu significado.

Candidato (Parece piada...*)
Quem quisesse eleger-se a algum posto público, na Roma clássica, tinha de provar-se puro de alma para merecer os votos dos concidadãos; por isso, como se fossem para a primeira comunhão, os candidatos compareciam aos palanques sempre vestidos de branco, a cor da pureza. Candidus, em Latim, quer dizer "branco", aquele branco bem brilhante, como o da neve fresca ou do metal em brasa. O candidatus era o postulante a cargo público que se vestia de branco para provar pureza de intenções. Tem mais: esse adjetivo candidus, "branco", nasceu do verbo candere, "ser (ou fazer ser) branco brilhante". Temos aí também a origem da nossa palavra candente, que etimologicamente quer dizer "como uma brasa", "ardente". LATIM CANDIDUS, "branco", "brilhante", "alvo", "puro" < L. CANDERE, "brilhar".]

Idiota
Originalmente, a palavra idiota não tinha o mesmo significado que atribuímos atualmente, pois assim como muitas outras palavras, seu significado tem se alterado do propósito inicial.
Esta palavra nasceu na antiga Grécia para nominar aquelas pessoas que não estavam
integradas ns Polis grega, para aquelles que não se interessavam ou não participavam dos assuntos públicos (de grande importância naquela época) e só se ocupavam de si próprios.
Desta concepção vem sua raíz "Idio", que significa próprio. Um exemplo de idiota era aquela pessoa que não assistia ao teatro, que naquela época era um meio muito importante de transmissão de valores e comportamentos (e cuja assistência se considerava muito importante e prioritária).
Apesar do passar do tempo e da invasão romana e sua imposição do latim como linguagem oficial, esta palavra sobreviveu e se instaurou não conservando seu significado.
No século XII, esta palavra voltou a ressurgir e chegou a Espanha e França e com dois significado distintos. O primeiro se referia a aquela pessoa ignorante e o segundo (conservando em parte seu significado grego) se referia ao homem da rua, ao plebeu e ao particular. O primeiro destes significados teve importância na Europa medieval já que era com ele que se designavam aqueles monges que não conheciam bem o latim e se referia àquela pessoa que não conhecia bem a língua, cometendo erros ao falá-la ou escrevê-la (uma variante de ignorante).
O sentido atual que outorgamos a idiota nasce a causa de seu establecimento como termo médico para referir-se a aquelas pessoas com deficiências mentais e baixo coeficiente intelectual.

Delete
É interessante de se observar como uma palavra, às vezes, migra ao longo dos séculos de um idioma para outro. O verbo delete vem do latim delere (apagar) e passou do francês para o inglês no século 15. No português, acabou derivando no adjetivo indelével (que não dá para apagar), e, finalmente agora, no virar do milênio, a palavra, na forma de verbo e com seu sentido original (deletar), reaparece no português proveniente do inglês.

Vírus
Derivado do latim virus, palavra que designava, em seu sentido primário, a "secreção" produzida por plantas ou animais, e que passou a conotar, por extensão, o "veneno", a "peçonha", e toda substância nociva ao ser humano. Deve-se observar que, no emprego inicial da palavra, não estava presente a idéia de um microorganismo, mas apenas a constatação de que, em diversas doenças, havia o desencadeamento de um processo viral - quer dizer, de "envenenamento" - dos tecidos orgânicos.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito bom, porra!