terça-feira, 13 de novembro de 2007

As estátuas ambulantes e os ambulantes estátuas.

A interminável novela dos ambulantes no comércio de Belém chega a mais um capítulo. Desta vez o prefeito anuncia que está negociando a compra, ainda este ano, de um antigo prédio comercial na Presidente Vargas para transformá-lo em um camelódromo vertical (a exemplo do que foi feito com os "restaurantes" da Assis de Vasconcelos, que foram tranferidos para um prédio nas proximidades). A medida em si é muito boa. O problema é que, no caso dos "ambulantes" da Pres. Vargas, a questão é bem mais complexa do que parece. A começar pelos produtos, já que muitos deles comercializam mercadorias contrabandeados do paraguai, CDs e DVDs pirateados e outras mercadorias ilegais que são fornecidos por verdadeiras organizações criminosas. Outro agravante é a postura do poder público com relação a reocupação por outros "ambulantes" (fato que já se repetiu várias vezes, sem a devida reação dos governantes, principalmente em anos eleitorais).
Nada contra ninguém, mas, na minha modesta opinião, ambulante é o picolezeiro, o tapioqueiro, pamonheiro e outros que "andam" pela cidade oferecendo aos gritos seus produtos. O homem-estátua, que já encontrei em várias ruas do centro executando suas performances, é mais ambulante que os que lotearam nossas ruas, limitando nosso sagrado direito de ir e vir.
O comércio clandestino é um mal que se auto-alimenta. Enquanto provoca a queda nas vendas do comercio formal, causa o aumento do desemprego e a queda na arredação de impostos, diminuindo assim os investimentos que poderiam gerar novos empregos, empurrando a população para a informalidade num círculo vicioso interminável.
Agora pulamordedeus, sem esses argumentos de que "é isso ou entrar para o crime", "eu podia estar roubando" ou coisa parecida.
Em outras palavras: O PROBLEMA DE BELÉM NÃO SÃO OS AMBULANTES. São os que se fixam tal e qual os parasitas das mangueiras de Belém.
Viva as estátuas ambulantes! Abaixo a esculhambação! Abaixo os falsos ambulantes!

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